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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os 10 Mandamentos do Casal

Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou "Os Dez Mandamentos do Casal". Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.

1. Nunca se irritar ao mesmo tempo. A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, tanto mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. Dom Hélder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura...".

2. Nunca gritar um com o outro. A não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, tanto menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria... Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.

3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro. Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de "guerra"; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral", dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer de que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Muitas vezes, uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.

4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor. A outra parte tem de entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.

5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado. A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda as vezes em que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isso que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isso não ocorra nos momentos de discussão. Nessas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deverá ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta e tudo de mau pode acontecer em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas. Nos tempos horríveis da "Guerra Fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "A paz se impõe" somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade. Ora, se isso é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo: "Primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz". Portanto, para haver vida no casamento é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.

6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge. Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.

7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo. Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.

8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa. Muitos têm reservas enormes de ternura, mas se esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isso também com palavras. Especialmente para as mulheres, isso tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem-estar. Muitos homens têm dificuldade nesse ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "Eu te amo!"; "Você é muito importante para mim"; "Sem você eu não teria conseguido vencer este problema"; "A sua presença é importante para mim"; "Suas palavras me ajudam a viver"... Diga isso ao outro com toda sinceridade, todas as vezes em que experimentar o auxílio edificante dele.

9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas. Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isso é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!

10. Quando um não quer, dois não brigam. É a sabedoria popular que ensina isso. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar essa iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será não "pôr lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes, será por um abraço carinhoso ou por uma palavra amiga.

Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo" a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isso é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Algumas vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si.

Temos que nos vigiar e policiar nessas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc., mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isso não aconteça.

Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo. É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos.

Na Encíclica Redemptor Hominis, o saudoso Papa João Paulo II afirma algo marcante: "O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente" (RH,10). Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas.

O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o autor do Cântico dos Cânticos: "O amor é forte como a morte... Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7).

Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade? Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor-próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "Nós matamos o nosso amor?"

O poeta cristão Paul Claudel resumiu, de maneira bela, a grandeza da vida do casal: "O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."

(Trecho extraído do livro: "Família, santuário da vida").
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12407

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Possuir-se para dar-se

O corpo não pode dominar o espírito 
Felipe Aquino - Com. Canção nova
Você já sabe que amar é dar-se ao outro integral e gratuitamente para construí-lo. É a essência da vida a dois e o fermento que faz o casal crescer. Mas para que você possa se dar a alguém, livremente, você precisa possuir-se; ser senhor de si mesmo. As pessoas transformam o amor em egoísmo porque não têm o domínio de si mesmas e não conseguem dar-se, apenas tomar e receber.

Sem ser senhor de si mesmo você não consegue se dar, não consegue amar. Só consegue ser egoísta. É fácil constatar que hoje as piores doenças começam a ser do espírito e não do corpo. Cresce o número de psiquiatras e psicólogos e alastra-se a depressão. São as consequências dos desequilíbrios de um mundo onde o amor agoniza, porque o homem abandonou Deus. Maravilhado com seus feitos, o homem se adora como o seu próprio deus, por isso se deixa esmagar pela matéria.

Eis a triste realidade hoje: o homem adora as coisas e a si mesmo no lugar de Deus, e inverte a escala dos valores. Então o amor morre. Para que você possa amar de verdade, como Deus quer, é preciso que você caminhe "de pé", isto é, respeitando a primazia dos valores: em cima, o espírito; depois do racional; e abaixo do físico. Por essa razão, se o seu corpo domina o seu espírito, então você caminha de cabeça para baixo.
Os três níveis são fundamentais para a vida, mas é imprescindível que a sua hierarquia seja respeitada, sob pena de o homem se tornar um perigoso animal.

É o corpo que assume o comando quando a sensibilidade é satisfeita sem restrições, ou quando a satisfazemos com todos os prazeres da comida, da bebida, do sexo, que ele exige. Você caminha de cabeça para baixo quando é o corpo quem dá as ordens. Desse modo, vive-se como verdadeiro animal, apenas para comer, beber, dormir e gozar os prazeres do sexo.

Ao viver assim é o instinto que comanda, não a razão. Como uma pessoa dessa pode amar, como pode se dar ao outro, renunciar a si mesma se o que importa é a satisfação do "seu" corpo?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Há desejos, afetos e paixões desordenados que precisam de cura

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Arcebispo de Sorocaba (SP)

São Paulo atribui a decadência moral da humanidade à substituição da Verdade sobre Deus pela idolatria que consiste em adorar o não adorável (cf. Cl 3,5). O documento de Puebla, do Episcopado Latino-Americano (1979), refere-se a três formas de idolatria: a da riqueza, a do prazer e a do poder. O apóstolo dos gentios oferece, na Carta aos Romanos, uma lista de comportamentos que caracterizavam a cultura pagã de seu tempo. Fala de um aprisionamento da verdade, impedida de vir à tona, pelas escolhas ímpias e injustas dos seres humanos. Em outra passagem, o apóstolo afirma que os gentios, que não receberam a lei revelada, têm a lei "gravada em seus corações" (cf. Rom 2,15), razão por que são também responsáveis diante da própria consciência pelo mal que praticam.

Aqueles que creem de verdade em Deus, Pai e Criador, estão convictos de que existe uma ordem natural a ser respeitada e que a verdadeira liberdade consiste em assumir, na própria existência, o projeto de Deus que se pode descobrir pela consideração atenta, sensível à verdade, da natureza profunda do universo e da própria natureza humana. Quando Deus deixa de ser o fundamento último da existência humana, tudo se torna possível.

Os desejos dos indivíduos, ou de grupos, podem então se transformar em direitos e as leis acabam por abrir espaço para sua satisfação. Escutemos São Paulo: "Ao mesmo tempo revela-se, lá do céu, a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça humana, daqueles que por sua injustiça aprisionam a verdade. Pois o que de Deus se pode conhecer é a eles manifesto, já que Deus mesmo lhes deu esse conhecimento. De fato, as perfeições invisíveis de Deus - não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade - são percebidas pelo intelecto, através de suas obras, desde a criação do mundo. Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu.  Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por uma imagem de seres corruptíveis, como homens, pássaros, quadrúpedes, répteis.  Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.

Por tudo isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: tanto as mulheres substituíram a relação natural por uma relação antinatural, como também os homens abandonaram a relação sexual com a mulher e arderam de paixão uns pelos outros, praticando a torpeza homem com homem e recebendo em si mesmos a devida paga de seus desvios.  E, porque não julgaram ser bom alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram então todo tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniquidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia, perversidade; intrigantes, difamadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão. E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam" (Rom 1,18-31). 

Aí está, prezado leitor, uma descrição de costumes e de comportamentos que estão presentes, em grau maior ou menor, em todas as épocas da história. Aliás, a Epístola aos Romanos quer mostrar exatamente isto: todos os seres humanos, sem exceção, estão sob o domínio do pecado. Seu objetivo é mostrar que, em Cristo, somos salvos.

O reconhecimento de nossa condição de pecadores abre-nos para Cristo Redentor. Saberemos, entretanto, reconhecer que em nós há desejos, afetos e paixões desordenados que precisam de cura e saberemos perceber a ação de Deus que nos mobiliza na direção da prática do bem. Nesse sentido é impossível viver sem experimentar este conflito: "O querer o bem está ao meu alcance, não porém praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero" (Rom 7,18-19). A consciência dessa condição nos leva a Cristo que, pelo Espírito Santo, vem em nosso socorro e nos dá a graça de construir nossa vida segundo o projeto de Deus. Não precisamos ser escravos nem da lei nem de nossas paixões desregradas. Podemos caminhar na direção de uma liberdade sempre mais profunda, conduzidos pelo Espírito de Cristo. Um alerta: a cultura hedonista se alastra, cria leis que transformam em direitos comportamentos que destoam da verdade. Não se considere melhor que os outros nem se assuste, pois o Senhor nos diz: "não tenhais medo, sou eu" (Jo 6,20); e ainda: "eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28,20).

Integrar a própria incompletude

Quando conhecemos o que somos podemos estabelecer metas
Diácono Adriano Zadoná- Com. Canção Nova
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12365

O ser humano traz em si certa medida de incompletude e ausência, e a isso atesta a imensa “procura” que ele realiza ao longo de toda a sua vida.Todos estão sempre à procura de algo. Todos buscam incansavelmente na vida – consciente ou inconscientemente – uma realidade que os possa completar. Muitos a procuram nos vícios, alguns em amores destemperados, outros ainda no dinheiro e nas posses… Mas o fato é que, se buscarmos em fontes erradas, nossa incompletude se tornará ainda maior e nos sentiremos cada vez menos saciados.

Tal incompletude pode ser percebida nos mais variados momentos de nossa história, principalmente, naqueles nos quais parece que, irremediavelmente, nos falta algo para nos sentirmos realmente completos na vida. Essa incompletude é humana, é puramente existencial. Diante de tal constatação, o que se faz necessário para o coração que quer crescer é a madura atitude de buscar integrar as próprias ausências. Mas como realizar isso?

Para tal pergunta nem sempre respostas prontas e encomendadas serão eficazes – apesar de muitos as perseguirem e até as exigirem… Contudo, diante desse questionamento torna-se perceptível que, para que este êxito de integração aconteça, é necessário recorrer a fontes que, de fato, nos possibilitem um encontro com nossa própria identidade, e isso sem negar nossa real essência e verdade. Nesse encontro é preciso também renunciar a toda deformidade que possa ter sido agregada a essa identidade, mas que, na verdade, não é parte integrante do que essencialmente se é.

Quando conhecemos o que somos e como funcionamos, e também o que não somos – e que a vida e as circunstâncias acabaram nos acrescentando –, podemos verdadeiramente estabelecer metas que nos possibilitem compreender aonde queremos chegar, integrando, dessa forma, nossas ausências em um projeto maior.

Assim não empreenderemos energias à toa, apenas “procurando” uma forma concreta para eliminar a própria incompletude. Mas, de maneira consciente, nos reconciliaremos com esta (incompletude), dando passos concretos na busca de ideais que nos integrem e nos tornem mais completos (lembrando que isso não é uma resposta pronta e absoluta, mas somente uma provocação para construí-la…).

Conhecer-se é o primeiro requisito para integrar-se. Quem se conhece e se compreende, retirando de si inverdades assumidas, conseguirá procurar um sentido para a vida de maneira certa. Quem se assume no que é – desde que não seja em uma deformidade falsamente agregada – eliminará a parte de incompletude que brota do fato de não saber em qual direção empreender os dias.

Integrar a própria incompletude é tarefa que só se acontece a caminho. A cada passo dado, assumindo-se e assumindo um Sentido que agregue sentido à vida, as ausências se dissiparão e os vazios poderão ser portadores de infinitas presenças. Desse modo, o coração poderá se tornar mais completo e menos perdido na vida e, assim, poderá empregar seus belíssimos esforços na aquisição de uma integrada e, possível, felicidade.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Este namoro nos ajuda a crescer?

Felipe Aquino - Comunidade Canção Nova
 
Há namoros complicados que se prolongam por muitos anos sem uma definição, havendo, às vezes, várias separações e voltas, sem que o relacionamento amadureça e chegue ao casamento. Então, é preciso examinar bem as razões pelas quais esses casais de namorados já se separaram tantas vezes. Os problemas que geraram as separações foram resolvidos ou será que ambos “taparam o sol com a peneira”? Se os motivos das separações foram importantes e eles souberam resolver em cada caso os problemas em suas raízes, e isso serviu até para uni-los mais, tudo bem, o namoro deve continuar. Mas, se os problemas são os mesmos, se repetem, e eles não conseguem resolvê-los, então é preciso pedir a ajuda de alguém que os oriente, no sentido de se tomarem uma decisão. 

Não se pode ficar no namoro como um carro atolado no mesmo lugar; o carro pode até atolar, mas deve sair e continuar a viagem. Faço uma pergunta aos dois: este namoro os ajuda a crescer? Cada um de vocês sente falta da presença do outro? Toda crise, qualquer que seja, enfrentada com coragem, lucidez, trabalho e uma boa orientação, pode gerar crescimento para a pessoa e para o casal. Uma crise de relacionamento pode até ser um aprendizado para uma futura vida de casados, quando essas crises acontecem e com mais frequência

O mais importante, repito, é não “tapar o sol com a peneira”; isto é, fingir que resolveram os problemas e irem empurrando o namoro com a barriga até o casamento. Quando um casal briga muito nesse período [namoro], pode estar certo de que vai brigar mais ainda depois de casados. Vale a pena isso? Então, se o relacionamento não vai bem e não melhora, então, é melhor terminá-lo. O namoro é para isso mesmo, para verificar se a outra pessoa é adequada para viver comigo para sempre, constituir família e ter filhos. Não caiam jamais no erro do “me engana que eu gosto”; que é a mesma coisa do avestruz que enfia a cabeça na areia para não ver a tempestade à frente; enfrente a tempestade ou então fuja dela. 

Nenhum casal de namorados deve partir para o casamento com dúvidas sérias sobre o outro; há muitos casos de separações de casados por causa disso. Há problemas graves que podem ser resolvidos com um bom diálogo, compreensão de ambas as partes, oração, orientação, paciência, entre outros. Mas não se pode acomodar com um problema; o rato morto não pode ficar no porão da casa porque vai fermentar e exalar mau odor. 

É preciso aprender a dialogar; tentar entender as razões do outro, saber se calar e esperar o outro falar tudo o que tem para falar. Um segredo que evita muitas brigas no namoro é saber combinar as coisas. Muitos brigam porque não combinam as coisas a fazer. Por exemplo, quando ir à casa de cada um, quando fazer um programa ou outro. Tudo deve ser combinado antes, com antecedência, para que as surpresas da vida não os leve a brigar. O povo diz, e com muita razão, que “o combinado não sai caro”. Então, se as coisas são combinadas antes, muitas brigas podem ser evitadas, isso vale inclusive para o noivado e casamento.
Se você tem consciência de que errou e machucou o outro, então a primeira coisa a fazer é pedir perdão e prometer-lhe que não fará mais isso. Esse ato de humildade fortalece o relacionamento e o torna mais humano. Mas mesmo assim, você terá de reconquistar a confiança que talvez tenha sido abalada quando você errou e magoou o outro. 

Algumas vezes há coisas mal-entendidas no relacionamento. É preciso esclarecer isso muito bem; não deixe que a fofoca destrua o namoro; coloquem as coisas às claras, com sinceridade e honestidade. A humildade é a fortaleza dos que amam; aquele que tem maior amor deve dar o primeiro passo, vencer o orgulho e ir ao encontro do outro. 

Reze e peça a Deus a graça de poder falar com clareza e sabedoria o que precisa ser dito. Consagre seu namoro a Deus e peça a Ele que os conduza.




Felipe Aquino - Comunidade Canção Nova
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11893

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

É necessário se preparar para a pessoa certa!

Sempre comentei entre os meus amigos que esperava o meu "Tobias", aquele que Deus separou para mim desde que plantou no meu coração o anseio de constituir uma família. Um homem cheio do  espírito santo que me fosse o auxílio na hora das quedas e que juntos crescessemos em "estatura e graça" na nossa espiritualidade.

Assim como eu, várias outras mulheres  e homens tem o mesmo anseio, no entanto, poucos se preparam para essa pessoa.  Pensamos muito no nosso querer e esquecemos que essa é uma via de mão dupla: se eu espero um homem de deus, esse homem cheio do espírito santo também quer e espera uma mulher de deus, uma mulher cheia do espírito santo! Será que vc e eu somos ou temos agido como mulheres de Deus? Será que temos nos preparado, cuidado da nossa espiritualidade, buscado a cura das nossas feridas e traumas ou só temos esperado que eles venham curados, sarados para nos curarem??? Precisamos refletir sobre isso.

Relendo uma das formações da Canção Nova guardada no meu email, retirei uma frase muito forte e certa para essa reflexão: "Esse desejo louco que você sente de encontrar alguém é apenas a confirmação de que Deus tem alguém reservado para você!"

Quantas de nós mulheres  chegamos a um ponto de desespero tamanho que nos iludimos achando que sair metralhando para todos os lados para ver se acertamos um resolverá a nossa carência afetiva. Depois de algum tempo solteiras ou quando terminamos um relacionamento ficamos insanas achando que vamos morrer ou que precisamos de um homem e como animais notívagos e famintos saímos à caça. Isso realmente resolve a nossa vida, a nossa insatisfação! Como é bom "passar o rodo" numa festa para descontar a nossa raiva, a nossa frustração e acordar no outro dia e não ter uma mensagem no celular, uma ligação, para estarmos livres e sair à caça denovo momentos mais tarde!!! Como é bom não ter alguém ligando, perturbando, cobrando, discutindo... que sensação "MARA" de liberdade!!Não é verdade?

MENTIRA! ACORDA !!!! A QUEM VOCÊ ESTÁ QUERENDO ENGANAR A NÃO SER A VOCÊ MESMA??? 

Tirando as que são separadas para a vida religiosa, TODA MULHER ESPERA UM HOMEM que a cuide, que a proteja, que a ampare, que a escute, que a acaricie, a paparique E SIM, QUE QUEIRA SE CASAR E CONSTITUIR UMA FAMÍLIA. Porque muitas de nós temos receio de tocar nesse assunto? Por medo de assustar a pessoa pretendia ou a efetiva  e ela sair da nossa vida? Se sair é porque não é ela! Não se deve fixar e viver sonhando, falando o tempo inteiro e/ou pressionando o outro por conta disso, mas é preciso ter em mente que todo namoro precisa evoluir e chegar a algum lugar.

Vamos jogar fora essa máscara feminista ridícula que a sociedade impõe e aceitar o desejo do nosso coração e fazer algo que realmente valha a pena: buscar os nossos sonhos, colocar os tijolinhos para que ele se concretize.

É fato que ficamos muito mais felizes e realizadas quando temos uma pessoa que realmente completa nossas expectativas, nossos sonhos, mas não morremos se não tivermos! Vale a pena esperar! Mas o que acontece frequentemente é que ao invés de gastarmos energia nos preparando para aquele que Deus separou para nós, a disperdiçamos atacando todos os homens que passam na nossa frente naquele desespero de " é vc dessa vez?? diz que é, por favor!". Corremos atrás, ligamos feito umas desesperadas, mandamos mensagens, vamos bater na porta da casa do cara, no trabalho, perseguindo-o como se fosse um fugitivo. Qual a  lógica disso???? Quanto desequilíbrio! Não precisamos disso, aonde está a nossa confiança em Deus?

Se vc tem esse desejo de se casar, de encontrar a pessoa que lhe complete, tenha calma e reze! Não é facil mesmo, tenho total e plena consciência disso! Passei por todas essas fases mas posso dizer, com toda a certeza: a pessoa que Deus separou para você tem esse mesmo desejo e também está a sua procura, à sua espera! Então ao invés de sair desesperada de bar em bar, festa em festa, implorando para as amigas apresentarem alguém... peça ajuda a quem realmente pode te ajudar, converse com Deus. Se alguem pode te apresentar a pessoa certa é Ele! Acalme seu coração e reze, e quanto mais dificil parecer ser, reze mais! Encontre uma pessoa com quem partilhar, uma amiga(o), um sacerdote mas partilhe suas dores, seu crescimento suas experiências nesse momento e reze por essa pessoa que Deus separou para você!

No ano passado tive uma experiência lindíssima ao me dispor a fazer isso. Tinha terminado um relacionamento muito doloroso que me magoou e feriu profundamente ao ponto de questionar minha fé. Fui  então passar o Reveillon na canção nova. Lá todas as pessoas que vinham conversar comigo perguntavam se eu tinha namorado e quando dizia que não elas me mandavam rezar por ele. Mas de um modo concreto: como se conversasse com Deus e com ele. Achei aquilo muito estranho maaaaaaas eu já havia tentado todas as orações e novenas possíveis, jejuns e etc.. não custava nada tentar isso não é?rsrs e assim foi.

Durante todo o ano de 2010 eu rezava e conversava com o meu Tobias, ia dormir e dizia "boa noite Tobias, rezar por mim e Juizo!Me espere, tenha calma, eu estou chegando!" Ia para adoração e fazia a mesma coisa. Muitas vezes, diante do santissimo eu desabafava com deus e com ele e dizia:" pq tanta demora? cadê você? Chega logo pq eu não estou mais aguentando, isso está me doendo!" E falava para deus " Jesus, por favor tem piedade, encurta logo a viagem do tobias e pede p/ S. Rafael pegar um atalho!" E chorava... E eu juro a vcs que depois de 3 meses eu tinha a certeza de que o tobias sabia q eu estava rezando por ele. Eu sabia que ele passava pela mesma angústia da espera que eu e que passava pelos mesmo altos e baixos, dúvidas e conflitos, mas tinha a certeza no coração de que ele sabia que eu existia e estava em algum lugar esperando por ele. A certeza era tanta que podia jurar a vocês que conseguia escutar a oração dele por mim também e quando cheguei a esse ponto fui buscar direção espiritual porque comecei a achar que estava fincando louca... Não sei se vcs viram aquele filme A casa no Lago com Keanu Reeves e a Sandra Bullock, eu  vivia a personagem da Sandra, de verdade.  Eu me enxerguei naquele personagem, experiências parecidas me faziam sentir louca como ela, uma coisa completamente sem nexo... Só eu sei as experiencias lindas e loucas que tive nessa época de oração.  Mas foi um momento de extrema importância, cura e crescimento.

Eu não deixei de sair naquela época, mas eu deixei de sair à caça porque eu sentia o meu Tobias perto de mim. Eu saia para me divertir, simples assim. Quando tinha minhas crises, questionando esse sentimento, minhas preces eu saía sim, ficava com outras pessoas, mas o meu coração gritava, era como se estivesse traindo alguém e eu voltava às minhas orações e espera.

Esse foi um momento intenso de cura  para que eu aprendesse a me conhecer, conhecer os meus limites, as minhas dores, e a colocar os meus sonhos e desejos de relacionamento, casamento e família em Deus. Passei a compreender o que Deus tinha de mais precioso para mim. Como naquela música da Adriana " Se compreendesses como te amo, deixarias de mendigar qualquer amor".  E assim eu fui, parei de mendigar e comecei a experimentar do mais lindo amor que podia existir: o de Deus e dos desejos dele para mim.

Hoje não rezo mais pelo meu Tobias em si, rezo por discernimento. Esses 6 meses de oração me renderam  meses de dolorosa espera , mas valeu a pena esperar e me preparar para o homem maravilhoso que Deus colocou na minha vida hoje e que tem me permitido voltar a sonhar e principalmente viver sem medo. Não sei se Ele é o homem que Deus separou para mim, mas o tempo de namoro é para essa descoberta, esse discernimento. Sonhamos juntos, fazemos planos juntos, mas certamente existem dúvidas no coração dele tanto quanto existem no meu e por isso rezo sempre pelo nosso discernimento. Se não for a vontade de Deus que fiquemos juntos "até que a morte nos separe" que possamos aprender tudo aquilo que Deus quer nos ensinar com esse relacionamento.

Todo esse testemunho é para mostrar que é possível romper com essa "maré" de desespero que todos vivem ultimamente  e esperar a pessoa certa e, de coração, aconselho a todos a fazerem isso e a fazerem a experiência que fiz de rezar por essa pessoa. Se preservem, se preparem para ele/ela ao invés de disperdiçarem o tempo com homens/mulheres que não valem a pena, ou que queremos forçar que dê certo de um modo muito racional "pq aquele cara/mulher é para casar, eu vou tentar pq dessa vez vai dar certo"... Esses dias eu vi um filme e a moça dizia que "quando vc tem que correr atrás de um amor, é porque não era o seu" e é a mais pura verdade. Por mais batalhas espirituais que envolvem os designios de Deus, tudo o que vem dEle é pacífico, sem tormentas e gradual. Sabe aquela paixão louca que te deixa irreconhecível? Que te faz pular muro, sair escondida de casa de madrugada e cia? Com certeza não vem de Deus. Deus é Sereno, é tranquilo e tudo o que vem dEle tem as mesmas características.

Não desperdice seu tempo, sua beleza, sua juventude... se coloque diante de Deus, reze, espere... Se voc êainda não encontrou o seu amor é porque nem vc nem ele estão prontos um para o outro...

Que Deus nos abençoe,

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